Postado por : Naraku
segunda-feira, 9 de abril de 2018
Qual é o limite entre a realidade e a ficção?
Caligula – Ficha Técnica
Gênero: Ação, Ficção Científica
Estúdio: Satelight
Baseado em: Game
Diretor: Junichi Wada
Data de estreia: 08/04/2018
Estúdio: Satelight
Baseado em: Game
Diretor: Junichi Wada
Data de estreia: 08/04/2018
Parte Técnica
Caligula se mostrou um anime bem “ok” em sua animação. A consistência está bem fraca e, neste primeiro episódio, mostrou algo que, não sei se foi proposital ou não, mas me incomodou um pouco; a coloração mais acinzentada sobrepondo a coloração natural do anime. Pode ter sido a escolha do diretor para exemplificar aquele mundo ficcional ou um erro mesmo. O Satelight (estúdio responsável pelo anime) nunca teve, em suas animações, algo que se sobressaísse, ficasse bonito e visualmente consistente. Outra coisa que incomodou foi o exagero nas cenas estáticas. A fluidez não existe em boa parte do primeiro episódio; o que para um anime de ação é uma afronta, já que ação necessita disso, certo?
A sua “opening” somente apareceu no final do episódio: nomeada Paradigm Box e interpretada por Chiharu Sawashiro e Shunsuke Takeuchi. Nesse quesito, Caligula se saiu bem. Há uma sincronia entre a música e as imagens que passam. A animação cresce junto com a música, dispondo um dinamismo muito interessante, e o contraste de preto e branco traça um paralelo entre ficção e realidade. Traz aquela sensação de dualidade bastante interessante.
Sobre o Enredo
A história nos fala sobre uma idol virtual conhecida como μ. Ela ganha autoconsciência através da exposição aos sentimentos de seus usuários. Neste primeiro episódio, já nos é apresentado o nosso protagonista: Shikishima. Um ponto interessante, é sobre as questões filosóficas que o protagonista do anime nos fala, principalmente de Aristóteles e de Freud, e de como seus escritos e ensinamentos tem tudo a ver com essa questão da tecnologia.
Achei bem-interessante; pegar algo do mundo real, algo palpável, para o mundo dos animes. E a partir de Shikishima, começam a se desenrolar os acontecimentos. Quando ele começa a ouvir, no seu quarto, uma música da μ, estava cantando normalmente, até ouvir uma interferência na própria música dizendo: Por favor! Parem a μ… Parem a μ… Me ajudem! Me ajudem! É bizarro esta cena (fiquem longe das drogas e dos alucinógenos crianças, está bem?).
E a partir de então, coisas estranhas começam a acontecer; seus amigos começam a agir estranho, a bizarrice começa a florar, e um frenesi louco começa a surgir: com brigas, lutas e as pessoas perdendo a sua “consciência”; parecendo controladas por algo ou alguém. E aí percebemos que o mundo virtual e o mundo real formaram uma coisa só. Como isso foi feito? Não faço a minima ideia, pois explicações não foram feitas e dúvidas surgem, sem que nenhuma delas sejam explicadas.
Expectativas
Caligula é um anime baseado em um jogo desenvolvido pelo estúdio FuRyu. Geralmente, em animes baseados em jogos, não há uma profundidade em personagens; deixando as coisas rasas, sem explicações concretas e um desenvolvimento ruim. Apesar de eu ter achado bem fraco esse primeiro episódio, existe ainda uma expectativa de desenvolvimento, principalmente em relação a críticas sociais, trazendo Freud e Aristóteles como alicerces de base para contar uma história interessante. Traçando paralelos com a realidade e nos passando uma ideia (pelo menos passou para mim) de crítica social, sobre a internet ou a tecnologia influenciando nossas vidas. .
Não sei se um dos temas que o anime quer nos passar é da influencia que a internet tem para com nossas vidas ou como nós deixamos nos influenciar pela tecnologia; pois ficamos tão intrínsecos naquele mundo e fazemos dele uma extensão de nossas vidas. Se isso for desenvolvido no anime, recomendo dar uma chance, pelo menos nos três primeiros episódios, para ver qual a direção que irá tomar.
Caligula está em simulcast pelo serviço de streaming Crunchyroll.
Nota: 3/5 – Dentro das expectativas